3) A Porta Velha


Jr.6:16 / Mt.13:52 / Lc.5:36-39 / At. 3:1-10;

Neemias 3.6 “E a porta velha, repararam-na, Jeoiada, filho de Paséia; e Mesulão, filho de Besodéias; estes a emadeiraram, e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos”.

A porta velha simbolizava a tradição e a história falada dos hebreus, o tesouro antigo, acerca das gerações, de sua origem.
No sentido espiritual, de modo figurado, indica-nos hoje, a necessidade do desapego e libertação do passado
2ªCo 5.17 Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo..

A Porta Velha - Libertação do Passado Restauração do Princípio

Não é porta velha por ter se tornado absoleta, mas porque Deus não quer nada nem novo nem velho fora de Cristo, ele é a porta da antiguidade, porque desde a eternidade ele É!
“Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome”.
Isaías 63:16

Essa porta fala das coisas velhas existentes em nossa alma, e que devem ser removidas. Ilustra um passado que deixa marcas no caráter; memórias feridas que teimam em permanecer machucando; padrões de pensamento e hábitos alheios aos princípios do Reino de
DEUS, enfim, tudo quanto é herança contrária à nova vida em CRISTO.
Paulo declara taxativamente: “Se alguém está em
CRISTO, nova criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co. 5:17). Em outras palavras, é uma nova criação e o passado não tem mais autoridade legal sobre ele.
João também fala que alguém se torna maduro espiritualmente, ou um pai, quando conhece aquele que é desde o princípio (
I Jo. 2.14).
Toda restauração nos faz retornar ao princípio, porque o princípio é a revelação mais pura, quando ainda não foi contaminada. A porta Velha representa a restauração dos princípios perdidos com o passar do tempo.
Essa é uma realidade da nossa posição em
CRISTO. Acontece que em nossa alma permanecem velhos pensamentos, velhos padrões, velhas maneiras de viver, de encarar as coisas, hábitos, muito do que faz parte da velha natureza adâmica. Tudo isso deve ser removido ao passarmos pela porta velha (lembre-se que, Cristo é a porta, neste caso, Ele é a porta da Antiguidade, que nos leva de volta ao nosso estado original), pois nossa vida em CRISTO é uma completa novidade de vida, que passa a ser vivida de acordo com os princípios de Deus revelados para a vida do homem, Jesus é a porta que restaura o princípio.
“Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim”.
Mateus 19:8

Paulo fala disso quando diz que fomos instruídos em
CRISTO a nos despojar do velho homem, “quanto ao procedimento anterior, que se corrompe pelas concupiscências do engano; a vos renovar no espírito da vossa mente; e a vos revestir do novo homem, que segundo DEUS foi criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.21-24).
Nos versículos a seguir, ele fala sobre o modo de agir do velho homem: a mentira, a ira, o furto, as palavras impensadas, a amargura, cólera, ira, gritaria, blasfêmia, malícia, dizendo que tudo isso e coisas semelhantes não devem ter mais lugar em nossa vida. Ele declara, que assim procedendo estaríamos dando lugar ao Diabo e entristecendo o
ESPÍRITO SANTO, no qual fomos selados para o dia da redenção (Ef 4.30).
Convém aqui salientar que a libertação dessas velharias mencionadas, depende de uma firme determinação da vontade de as rejeitar.
Lembrando que portas significam vontades e desejos, acessos e representam minhas fortalezas e vulnerabilidades, precisamos aqui, orar ao Espírito Santo, para que ele nos leve aos lugares de traumas do nosso passado, para que as portas destas obscuridades se abram para Jesus entrar, porque Ele trará Luz!

Onde guardamos as coisas velhas?
Em porão, sótãos e em quartinhos escuros, precisamos dar acesso a Jesus e estes lugares ocultos na nossa alma.
Geralmente não queremos nos livrar das velharias, das tradições do passado e dos velhos costumes.
“Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta”.
Efésios 5:13
Mas esta porta também tem tranca e ferrolhos, e a tranca e os ferrolhos como a porta do peixe e as outras portas, não pode ser aberta pelo lado de fora, somente pelo lado de dentro. Por isso ela também nos ensina que o que é do velho homem, e que está fora, no mundo, não pode entrar para dentro dos muros, somente o que é do velho pode ser retirado para fora. E há muito do velho para ser despojado da Igreja!
Paulo apela-nos a uma tomada de posição. Por que viver no passado, se temos uma nova vida?
Voltar ao princípio, não é o mesmo que voltar ao passado!
A porta velha resgata aquilo que Deus estabeleceu como princípio e que não pode ser removido: "Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas"
Jeremias 6.16.

Por que ter os pés embaraçados por velhas ataduras, quando somos chamados a gozar a liberdade da nova criação em
CRISTO? O desafio hoje é escancarar a Porta Velha, deixando por ela sair o passado, e depois fechá-Ia para os hábitos e prisões antigas que tentem voltar à alma.
É restaurar o princípio de tudo, concertando tudo o que começou errado, porque o fim ainda pode ser de vitória! Aleluia!
Esta porta nos ensina também que o despojamento não é individual. Eu como um cristão individual não posso me despojar das coisas do velho homem em mim mesmo. Tanto o velho como o novo homem são coletivos. Por isso cada cristão necessita da comunhão dos santos, e juntos operar um despojamento. Não adianta um se despojar e o outro não. As coisas do velho estão para dentro dos muros e devem ser tirados para fora.
Tanto não é individual, que a restauração é feita por várias pessoas, ainda que seja apenas uma porta. E cada um restaurava ao lado do outro. Isto nos ensina que a obra da restauração não é feita por um só, mas por vários irmãos, um ao lado do outro. No mesmo propósito, na mesma obra, e cada um com a sua medida de fé, cada um com a sua medida do dom de Cristo.
Um ao lado do outro.
Cada um em sua medida, mas com um único propósito.


O velho homem tem a figura da estátua de Nabucodonozor que começou com ouro e terminou com ferro misturado com barro. Naquela estátua vemos a decadência do homem. Tudo o que é do velho homem terminou na cruz do calvário em Cristo. Ali, Ele como o segundo homem se tornou o último Adão. Quando Jesus foi colocado na cruz, ele crucificou o nosso velho homem, para que o corpo do pecado fosse destruído, e não servíssemos mais ao pecado como escravos (
Rm. 6.6). Jesus por sua obra na cruz é a pedra que foi tirada sem o auxílio de mãos, o qual feriu os pés da estátua e os esmiuçou, confira o texto em Daniel 2.34-35.
A pedra esmiuçou toda a estátua e ela foi espalhada pelo vento, e não se achou mais lugar para ela. Mas a pedra se tornou um monte e encheu toda a terra. Aleluia! O homem que começou sendo formado pelo barro, se exaltou e se tornou a cabeça de ouro, mas depois viu a sua glória ir se desvanecendo para prata, bronze, ferro e o barro. Ele retornou ao barro, ao pó, ao seu lugar de origem. Mas Jesus foi exaltado a Príncipe e Salvador, Senhor e Cristo. Exaltado à destra de Deus, e recebeu um Nome que está acima de todo o nome, para que ao Nome de Jesus de dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai (
Fp. 2.9-11).
O velho homem foi destruído e espalhado aos quatro ventos. Não há mais lugar para ele dentro dos muros de Jerusalém, para dentro do Corpo de Cristo. Esta porta fala do velho que deve ser restaurado e preservado, mas também do velho que foi destruído e que deve ser despojado. O velho que deve ser restaurado é tudo o que é do novo desde o princípio, e o velho que deve ser retirado é tudo o que diz respeito à velha vida, ao velho Adão.
A porta do monturo, que vamos ver depois, nos fala mais especificamente do que tem que ser despojado, do lixo que há para dentro da Casa de Deus. Um lixo que ainda produzimos e que tem que ser lançado fora.
Em CRISTO, não temos passado. Essa é uma verdade legal. Agora vamos trazê-Ia à nossa experiência, e viver em completa novidade de vida.